Segundo Júlio, a praça, localizada ao lado da Igreja Matriz de São Sebastião, deveria ser palco de atividades culturais, sociais e de lazer, mas, infelizmente, tem sido utilizada muitas vezes apenas para fins políticos.
“Nossa praça é viva. Teve uma época em que estava conturbada, mas hoje estamos conseguindo trazer vitalidade. Há anos lutamos por sua revitalização. Desde a gestão passada, havia uma verba destinada para melhorias, mas ela foi cortada sem explicação. Este ano, pedimos ações simples, mas que tragam resultados de verdade”, destacou.
O morador lembra que o projeto inicial da praça foi elaborado há cerca de 18 anos, mas menos de 30% do plano foi cumprido. O espaço que hoje abriga o palco, por exemplo, era originalmente projetado para ser um espelho d’água — algo que nunca saiu do papel.
Apesar das dificuldades, a Associação ANABSS, que representa moradores do bairro, tem buscado soluções. Há um ano, o grupo retomou as atividades, depois de um longo período de desmotivação. Atualmente, a associação luta não apenas pela Praça São Sebastião, considerada “o coração do bairro”, mas também pelas outras quatro praças da comunidade.
Entre as ações já realizadas, Júlio cita a recuperação do coreto, a realização de festas comunitárias, como o Natal e o Dia dos Namorados, além de melhorias na iluminação. Porém, problemas de segurança e vandalismo continuam sendo um desafio.
“No ano passado, organizamos a festa de Natal, mas tivemos que refazer toda a decoração porque colocaram fogo no coreto. Já tivemos cadeados roubados, telas quebradas... É triste. Nosso objetivo é preservar, mas muitas vezes precisamos tomar medidas que não gostaríamos, como fechar o espaço à noite para evitar que seja usado de forma indevida”, contou.
Outro ponto destacado por Júlio é a sensação de abandono da região pelo poder público:
“O Executivo e o Legislativo parecem esquecer a parte de baixo da cidade. Muitas vezes apontamos problemas, mas também levamos soluções. O que falta é vontade política. A Praça São Sebastião é uma das mais bonitas de Lafaiete e poderia ser muito mais bem aproveitada para toda a população”, ressaltou.
Apesar do desgaste e das dificuldades de diálogo com a Prefeitura, Júlio afirma que a associação não desistirá da luta pela revitalização da praça e pela valorização do bairro:
“Queremos um espaço digno para nossas famílias, para os idosos, para as crianças. Um lugar de encontro, cultura e lazer. Continuaremos cobrando, porque acreditamos que a Praça São Sebastião merece esse olhar de cuidado”, concluiu.

